terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Crise mundial

A crise mundial.


As soluções encontradas para as crises, assim como as lacunas deixadas, são o embrião das causas da próxima crise.

Por incrível pareça, ainda têm pessoas que acreditam que o dinheiro por si só é capaz de gerar riqueza. O dinheiro é a alavanca que move o mundo, mas a produção é o ponto de apoio.

Tentaram mover o mundo só com a alavanca e deu no que deu. É importante ficar atento as medidas que serão tomadas, pois como comentado na reportagem, quem está tentando desatolar o caminhão, é quem o atolou.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Por debaixo dos panos, na surdina, sorrateiramente essa praga de gafanhotos vai destruindo tudo. MGostinski.

Expurgo e aparelhamento no Ipea -- II

Enviado por Lucia Hippolito - 1.7.2008 | 17h15m

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito/post.asp?t=expurgo_aparelhamento_no_ipea_--_ii&cod_Post=111516&a=431

Em 16 de novembro de 2007 publiquei aqui no blog:

"Expurgo e aparelhamento no Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi criado em 1964, já durante a ditadura. Seu idealizador foi o então ministro do Planejamento, Roberto Campos, e seu fundador e primeiro presidente foi o ex-ministro Reis Velloso.

A proposta era criar um instituto que pensasse o Brasil a médio e longo prazo, com estudos aplicados à realidade brasileira – saber teórico era com a universidade.

Ao longo de seus 43 anos, o Ipea transformou-se na consciência crítica dos governos brasileiros – de todos os governos.

Sua produção acadêmica vai desde estudos sobre industrialização, estudos pioneiros sobre agricultura no cerrado brasileiro – a expansão da fronteira agrícola brasileira é resultado desses estudos –, estudos sobre distribuição de renda, pobreza, gastos públicos, previdência.

Em seus primeiros anos, o Ipea contou com o trabalho de um dos mais importantes economistas vivos, o prof. Albert Fishlow, que se dedicou aos estudos do II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).

Mais recentemente, o governo Lula deve a um pesquisador do Ipea, Ricardo Paes de Barros, o maior especialista brasileiro em pobreza e distribuição de renda, a proposta de unificação dos programas sociais do governo, que resultaram no Bolsa-Família – maior sucesso da administração petista.

Fábio Giambiagi, outro importante pesquisador, é responsável pelos estudos mais recentes sobre a Previdência no Brasil e sobre as contas públicas brasileiras.

Além de realizar estudos para o governo, o Ipea formou quadros dos mais importantes para a administração pública brasileira. Por lá passaram Pedro Malan (pesquisador desde 1965), Dorotéia Werneck, Pedro Parente, Régis Bonelli, entre outros.

Durante esses 43 anos, a independência intelectual e institucional do Ipea incomodou muitos governos – praticamente todos.

Mas nesses 43 anos jamais houve um único caso de censura ou qualquer tipo de interferência do governo no Ipea.

Nem mesmo a ditadura interveio nos trabalhos do Instituto.

Entretanto, desde o início do primeiro mandato do presidente Lula, era voz corrente no governo a tentativa de “enquadrar” o Ipea, manifestada principalmente pelo então todo-poderoso chefe da Casa Civil, ex-ministro José Dirceu (réu no STF por formação de quadrilha e corrupção ativa).

Mas o Instituto resistiu.

A nomeação de Mangabeira Unger (intelectual respeitado em Harvard) como ministro das Ações de Longo Prazo (Sealopra) atendeu à intenção do governo de “domesticar” o Ipea.

Imediatamente após a nomeação, os técnicos do Instituto receberam a visita de dois emissários do PRB, partido de Mangabeira e dos bispos da Igreja Universal, interessados em saber quantos cargos em comissão havia e qual era o montante de recursos destinados pelo governo ao Ipea.

Não é preciso dizer que os técnicos ficaram de cabelo em pé – jamais tinham passado por semelhante situação.

Agora, os piores temores estão se confirmando.

Desde que a nova direção assumiu, trabalhos foram recusados, substituições foram feitas nas diretorias, e acabam de ser afastados quatro dos mais importantes pesquisadores, todos críticos do excesso de gastos do governo federal: Fábio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Rezende e Regis Bonnelli (este, um dos pioneiros do Instituto, junto com Pedro Malan).

A Diretoria de Estudos Macroecônomicos, a mais importante do Ipea, cujo atual titular é assessor econômico do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da Igreja Universal, solicitou que os pesquisadores desocupem suas salas.

Censura e aparelhamento ideológico.

Será desastroso se o governo Lula destruir um dos mais importantes e independentes centros de estudos econômicos do país.

Um governo que se diz de esquerda terá feito um papel que nem a ditadura de direita ousou fazer.

(Em tempo: sou co-organizadora, com Maria Celina D’Araujo e Ignez Cordeiro de Farias, do livro Ipea – 40 anos apontando caminhos. Publicado pela Editora FGV.)”

................................

Pois bem. De lá para cá, a situação piorou ainda mais.

O Grupo de Análise de Conjuntura foi extinto. Ricardo Paes de Barros – a quem o governo Lula deve a proposta de unificação dos programas sociais do governo, que resultaram no Bolsa-Família – foi encostado.

Agora, o Ipea deixa oficialmente de divulgar suas projeções para a economia brasileira, trabalho que o Instituto vinha desenvolvendo há 20 anos.

Vale a pena ler de novo: “Será desastroso se o governo Lula destruir um dos mais importantes e independentes centros de estudos econômicos do país.

Um governo que se diz de esquerda terá feito um papel que nem a ditadura de direita ousou fazer.

(Em tempo: sou co-organizadora, com Maria Celina D’Araujo e Ignez Cordeiro de Farias, do livro Ipea – 40 anos apontando caminhos. Publicado pela Editora FGV.)”

domingo, 6 de julho de 2008

Os dez princípios de Ram Charan

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Newsletter diária n.º 1216 - 19/06/2008

O consultor indiano que inspirou líderes como Jack Welch, da GE, espalhou a semente da inovação social para os mais de mil participantes do Global Forum América Latina, promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), em Curitiba. “O pensamento é mais importante que dinheiro. Na minha casa, todos eram analfabetos, não havia dinheiro, nem eletricidade, meu pai nunca leu um jornal em seus mais de 80 anos, e mesmo assim a transformação foi possível”, encoraja o primeiro professor indiano a lecionar em Harvard. “Ignorem o analfabetismo, ignorem a pobreza, procurem o poder de pensar, o poder de escutar, o poder de falar”, estimula. Para quem quer começar a fazer a diferença e não sabe o que fazer nem como, Charan propôs 10 princípios, que mostram a simplicidade das boas soluções e a necessidade de se trabalhar em redes sociais:

  1. Definir a causa, a missão, o resultado que se quer atingir. Mas não basta pensar genericamente. É preciso ser específico, quantificável, como fazem as empresas. Por exemplo: uma comunidade de Uganda precisa de uma solução para promover a saúde. Mas cada habitante dispõe de, no máximo, US$ 1 por mês para um seguro-saúde. Então essa é a realidade concreta que se deve trabalhar.
  2. Quem deve se comprometer localmente? A palavra-chave nesse caso é compromisso. Quem são esses grupos locais que precisam ser ajudados? De outra parte, é preciso saber também quem poderá ajudar. No caso do exemplo de Uganda, quais são os médicos envolvidos? Essas pessoas também precisam de dinheiro, pois se não tiverem como se sustentar, o projeto não terá continuidade.
  3. O próximo passo é dialogar com as pessoas. O que está faltando? Quando se inicia o consenso, começa o poder de interação. Muitas pessoas e empresas lançam projetos sociais sem nem saber se o que está sendo feito corresponde à necessidade da comunidade pretensamente beneficiada. As conversas com os grupos locais levam a insights. E a academia também pode ajudar nesse processo. Já que sabem como buscar o problema, podem elaborar pesquisas para detectá-lo. Assim, mais uma ponta da rede se une ao processo de inovação social.
  4. Depois entra a empresa, ou o poder de administrar, de gerir, de criar um plano de negócio viável para um seguro-saúde construído a partir de US$ 1 mensal por pessoa, por exemplo. E isso é possível. Basta ver quem faz, como está sendo feito em outras comunidades. Na Índia, pode-se realizar uma cirurgia de catarata por US$ 10. Na China, há produtos que custam dois centavos, que é o que a maioria da população pode pagar. No caso do serviço de saúde de Uganda, o custo administrativo teria de ser de no máximo US$ 0,10 para que o médico recebesse US$ 0,90 de cada segurado. Como isso é possível? É preciso ser criativo. A falta de dinheiro leva à inovação. Com computadores doados, foi possível montar um sistema que eliminava completamente o papel e o dinheiro ia diretamente para o médico.
  5. É preciso projetar o sistema, o modelo em que o projeto vai funcionar. E esse processo não vai funcionar se as pessoas envolvidas não concordarem. Aí é preciso voltar ao diálogo, encontrar as pessoas e integrar todos os grupos: organização social, comunidade, empresa, universidade, governo.
  6. A liderança é outro princípio fundamental para uma iniciativa social eficaz. É preciso encontrar esses líderes? Quem são? Há pessoas confiáveis entre elas? É preciso envolver todo mundo. Nenhum grupo vai ser sustentável socialmente sem um líder.
  7. É preciso também abrir mão do ego. Quando você está satisfeito isso não é refletido em publicidade, mas em bem-estar pessoal. A humildade, que está na base da filosofia indiana, traduz um pouco desse princípio. Quem não conseguir abrir mão do reconhecimento, é melhor passar para outra pessoa fazer.
  8. A rede funciona e se renova com reuniões periódicas entre todos envolvidos que estimulam o comprometimento. Às vezes, as pessoas querem fazer tudo, concentrar todas as ações, mas isso não é possível. É preciso dividir para multiplicar. Outra orientação é escolher 3 prioridades e fazer algo mensurável, com palavras que especifiquem as ações.
  9. A criatividade também faz parte dos princípios para a inovação social. Onde se consegue recursos para fazer algo? Ao compartilhar informações, novas soluções podem surgir. É o que propõe Bill Gates, em sua ação pós-aposentadoria da Microsoft. Para promover a saúde, ele quer criar uma grande rede de banco de dados, unificando e compartilhando informações sobre o que está dando certo para difundir a saúde globalmente. E tudo isso com trabalho voluntário.
  10. O princípio que encerra a proposta de Ram Charan, na verdade, é um princípio que deve nortear todas as ações e estimular sua renovação. É o princípio da felicidade, que rege a vida dos indianos, apesar da realidade adversa. É ser feliz e fazer os outros felizes. “Os indianos acreditam em reencarnação. Não vamos levar dinheiro conosco e precisamos deixar coisas boas para trás, pois vamos encontrá-las novamente”, reflete Ram Charan. (Tatiana Csordas)

domingo, 29 de junho de 2008

As 20 maiores loucuras do Monty Python


A partir da esquerda: Eric Idle, Graham Chapman, Michael Palin, John
Cleese, Terry Jones e Terry Gilliam

Por RICARDO ALEXANDRE*

Está cegando às lojas o DVD Monty Python’s Flying Circus – A Quarta Série Completa (Sony Pictures) com a última temporada do programa que consagrou o Monty Python como a mais anárquica trupe humorística da História.
Com a série completa, mais os filmes para cinema (também lançados aqui), os brasileiros têm acesso a praticamente toda a obra “oficial” do sexteto inglês, que foi muito além do formato do esquete humorístico, se espalhando por música, teatro, multimídia e na própria carreira dos “Beatles do humor”.

The Funniest Joke in the World
Ponto alto do primeiro episódio, Whiter Canada? (5/10/1969), o esquete conta, em farsesco tom documental, a história de uma certa piada tão engraçada que matava de rir quem a lesse.



“Liberty Bell (March)”
O tema de abertura do Flying Circus, composto em 1893 por John Phillip Sousa, era usado na troca da guarda do Palácio de Buckingham. Após o sucesso do show, a realeza, constrangida com o caráter humorístico que a música adquiriu, abriu mão de sua utilização.
http://www.youtube.com/watch?v=49c-_YOkmMU&feature=related

Dead Parrot
O “maior esquete humorístico de todos os tempos”, segundo a revista Nerve, está no oitavo episódio, Full Frontal Nudity (7/12/1969). Em uma loja de animais, John Cleese tenta devolver, em vão, um papagaio que lhe foi vendido morto.
http://www.youtube.com/watch?v=XcA0WIDOkbs
http://www.youtube.com/watch?v=JDK1ISQkp80&NR=1

Censura
O grupo vivia tendo problemas com a Censura. Afinal, o programa era transmitido pela estatal BBC. Para driblar maiores problemas, criaram um personagem (Graham Chapman, justo o primeiro a dizer “shit” na TV) que, vestido de soldado, simplesmente interrompia as piadas que estivessem indo muito além da conta.

Discos
Entre 1970 e 1983, o grupo lançou dez álbuns, misturando piadas com canções. Os Pythons inovaram muito nos formatos: havia desde gravatas com LPs encartados “de graça” até uma bizarra “edição executiva” (cujo único bônus era uma faixa com uma locução que dava parabéns ao comprador pela escolha) da trilha do filme Em Busca do Cálice Sagrado.

Spanish inquisition
Três clérigos sádicos torturam personagens com ferramentas pouco usuais como escorredores de louça e travesseiros de plumas. Eles surgem ao longo do episódio 15, Spanish Inquisition (22/09/1970), da segunda temporada.
http://www.youtube.com/watch?v=0-oQpSvo3Wk

“Ministry of Silly Walks”
Uma cruel sátira aos subsídios do governo inglês. Nesse esquete, do episódio Face the Press (15/9/1970), Michael Palin pede ao “Ministro do andar tolo” uma bolsa para que seu andar se torne ainda mais tolo.
http://www.youtube.com/watch?v=IqhlQfXUk7w&feature=related

Cartuns
O único americano do grupo era o cartunista Terry Gilliam, responsável pelos surreais desenhos animados usados na série, por toda a identidade visual do grupo e por pequenos papéis.
http://www.youtube.com/watch?v=az5HglZBoso

Argument Clinic
Michael Palin tenta aprender a discutir em uma clínica especializada – e um tanto desonesta. Do episódio 29, “The Money Program”, de 2/12/1972.
http://www.youtube.com/watch?v=ppK6sxz6epk

Spam
O jargão “spam”, usado hoje na internet, surgiu aqui. No esquete, a palavra spam (até então um tipo de carne embutida barata) é repetida virulentamente por uma dona de um bar, por seus clientes e por um grupo de vikings (!). O episódio é da segunda temporada do show (15/12/1970).
http://www.youtube.com/watch?v=BIWk5bGno58

A separação
John Cleese deixou o grupo no fim de 1972. Ele achava que estava se repetindo. De fato, a quarta série teve apenas seis episódios, a maior parte aproveitando roteiros antigos ainda inéditos.

O Cálice Sagrado
Por nove anos a partir de 1974, o grupo se dedicou aos filmes, paralelamente às carreiras individuais. O primeiro longa foi Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, uma sátira à lenda do Rei Arthur repleta de nonsense. Bancado em parte por bandas como Pink Floyd e Led Zeppelin, o filme estreou em abril de 1975, com grande sucesso.
http://www.youtube.com/watch?v=RDM75-oXGmQ

The Rutles
Em 1979, Eric Idle produziu All You Need is Cash, uma “documentira” para a BBC sobre o grupo The Rutles, uma paródia da história dos Beatles, com participação do velho colaborador do Monty Python Neil Innes, além de Mick Jagger, Paul Simon e até de George Harrison.
http://www.youtube.com/watch?v=0513ONl1Vv4

“Always look on the bright side of life”
Composta por Eric Idle, “Olhe sempre para o Lado Positivo da Vida” era o que o personagem-título ouvia no filme A Vida de Brian (1979) enquanto era crucificado. A música chegou ao número 3 da parada britânica e, acredite ou não, foi entoada pelo grupo em pleno velório de Graham Chapman, em 1989.
http://www.youtube.com/watch?v=jHPOzQzk9Qo

Hollywood Bowl
O filme O Sentido da Vida, de 1983,foi a última reunião do time original. Aproveitando sua passagem por Hollywood, os Pythons se apresentaram no show lançado em DVD como Ao Vivo no Hollywood Bowl. Destaque para o quadro das “Olimpíadas Tolas”, com provas como “Maratona para incontinentes” e os “100 metros para pessoas sem senso de direção”.

http://www.youtube.com/watch?v=16iNk1hLJt4

A Morte de Graham Chapman
A morte de Graham Chapman, em outubro de 1989, foi motivo de mais uma série de piadas. Logo em seu velório, brincaram que, como Chapman havia sido o primeiro a dizer “shit” na televisão, John Cleese seria o primeiro a dizer “fuck” em um velório.
http://www.youtube.com/watch?v=fsHk9WC7fnQ

CD Rom
Em 1994, no auge da era do CD-Rom, o grupo lançou Complete Waste of Time, uma reunião de joguinhos, animações e recados para secretária eletrônica, que ganhou o CODiE Awards como melhor programa de estratégia.

Concert for George
A mais recente das (raras) reuniões ocorreu em 2002 para um tributo ao amigo George Harrison. Cantaram a pornográfica “Sit on My Face” e mostraram seus traseiros para a elegante platéia do Royal Albert Hall.
http://www.youtube.com/watch?v=Xck9FaO_zA4

Spamalot
O musical Spamalot, uma adaptação de Eric Idle para O Cálice Sagrado, estreou em 2005 na Broadway com enorme sucesso, ganhando até o Tony Award. A peça fez de Idle o mais bem-sucedido de todos os ex-pythons. Está em cartaz em Londres.
http://www.youtube.com/watch?v=1h8XlW5S0tI&feature=related

Extras dos DVDs
Novos exemplos do humor do grupo aparecem nas edições em DVD de seus filmes: O Cálice Sagrado vem com uma opção de legendas “para quem não gosta do filme” (um texto adaptado de Henrique IV, de Shakespeare); O Sentido da Vida tem uma “trilha de comentários para solitários”, com frases para fazer companhia ao espectador.

* Ricardo Alexandre é editor-chefe da revista “Monet”. Visite também seu site pessoal, www.causapropria.com.br.

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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Hora de trocar a sustentabilidade pela “economia verde”

O britânico John Gummer não gosta do termo “sustentabilidade”. Para ele, a palavra se banalizou e perdeu parte de seu significado. “Muita gente não sabe o que é sustentabilidade”, resume. Como presidente do conselho de administração do “Quality of Life Policy Group”, organização que monitora as políticas de desenvolvimento do Reino Unido, Gummer acredita que está na hora de os empresários adotarem um conceito mais específico: o de “economia verde”. Essa expressão, diz ele, ajudaria a difundir o verdadeiro significado do desenvolvimento sustentável, que é o de viabilizar o crescimento econômico em harmonia com meio ambiente. Hoje, afirma Gummer, muitos ambientalistas radicais levantam a bandeira da sustentabilidade apenas para atrapalhar a vida de grandes empresas. Para ele, é preciso manter um equilíbrio. “Não acredito que possa existir um mundo sem crescimento”, afirma ele.

Nesta semana, Gummer esteve em Joinville, em Santa Catarina, e realizou uma palestra na ExpoGestão 2008, que reuniu grandes especialistas em gestão no Centreventos Cau Hansen. Durante o evento, encerrado nesta sexta-feira (20), o britânico revelou ser “fã do Brasil”. Disse que o país não deve se posicionar como subdesenvolvido ou “em desenvolvimento” e ressaltou que, hoje, as companhias brasileiras competem em pé de igualdade com todas as outras do mundo. “É preciso parar de se subestimar. A única questão que diferencia o Brasil de alguns países europeus é que ainda não existe um reconhecimento mundial de suas práticas sustentáveis”, explica. Gummer diz que a iniciativa privada deveria assumir a responsabilidade de disseminar a economia verde no Brasil. “Se tiver ajuda pública, ótimo. Mas, como político e empresário, posso dizer que os governos mais atrapalham do que ajudam”, afirma. (Ricardo Lacerda)

Links relacionados:
Site oficial de John Gummer
Quality of Life Policy Group
ExpoGestão 2008

terça-feira, 25 de março de 2008