sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

De Primeira


Faça uma vez, bem feito e esqueça !
Roberto Trigueiro Fontes
 
A primeira vez que ouvi essa expressão foi quando trabalhava no Pinheiro Neto – Advogados, em Brasília. Isso foi pelos anos 80, segunda metade.
Disseram-me que a frase era regra naquele escritório, o qual é modelo de organização e competência para os que lidam no ramo. Quem determinava o padrão era a sócia administradora de então, Dra. Clemência Wolthers, figura emblemática que sempre admirei pela postura firme e inabalável que apresentava a todos que compunham a firma. Em suma, parecia que a frase era criação sua, até que um dia soube por ela mesma que a frase vinha do próprio Dr. Pinheiro Neto, fundador da firma, criador daquele império.
Qual não foi minha surpresa quando, tratando desse tema com o Dr. Pinheiro, numa de minhas visitas ao seu apartamento em São Paulo , já depois de haver deixado seu escritório e fundado o meu próprio, praticamente na virada do século XX para o XXI, fiquei sabendo que a frase também não era dele, mas sim de um tio seu.
Ora, se no final do século XX, o Dr. Pinheiro já estava octogenário e aprendera a importância de “fazer bem feito, uma vez e esquecer” com um tio, restava evidente que o ensinamento ultrapassava praticamente os cem anos, quiçá mais, pois nem Dr. Pinheiro e muito menos eu sabíamos de onde seu tio havia tirado tal ensinamento.
Mas o que significa “fazer uma vez, bem feito e esquecer” ?
Significa antes de tudo a plena consciência do que representa o tempo e, sobretudo, o tempo perdido. Se, para desenvolver uma tarefa, seja ela qual for, o indivíduo se concentrar para concretizá-la no menor espaço de tempo, de forma satisfatória, certamente não precisará voltar a tratar do assunto novamente. Assim, restará tempo para desenvolver outra tarefa, pois aquela primeira já pode ser esquecida: é passado, não vai voltar a importunar mais quem soube desincumbir-se satisfatoriamente da missão.
No dia a dia do meu trabalho, esse lema é fundamental, principalmente porque tenho verdadeira aversão à perda de tempo. Como se não bastasse, é fácil notar que corrigir alguma tarefa mal feita dá mais trabalho do que fazê-la originariamente. Apenas para usar um paralelo, é mais fácil construir uma casa do que reformá-la.
Já notou que aquelas pessoas mais ocupadas são as que sempre arrumam tempo para assumir mais obrigações ? Certamente têm algum segredo que pode muito bem ser a frase que estamos discutindo neste texto.

O respeito à boa utilização do tempo nos nossos dias é fundamental, sobretudo porque, com o advento do computador e toda a parafernália que o acompanhou, estamos obrigados a fazer mais coisas em menor espaço de tempo. Antes, quando se pensava em mandar uma carta a um cliente, sabíamos que após a sua postagem, pelo menos uns 10 dias se passariam para chegar uma resposta. Agora, com a Internet e todas as suas ferramentas, a mensagem segue ao cliente, que retorna com novas indagações ou instruções em segundos.
Portanto, a boa administração do tempo passou a figurar como um dos requisitos primordiais para atingir-se o sucesso profissional e, por que não dizer, até pessoal. Afinal, como todo mundo está “sem tempo”, aquele que souber aproveitar o seu poderá usufruir de uma academia de ginástica, um curso de pintura, música ou dança, cinema ou teatro, namorar ou ficar se espreguiçando em casa porque não está a fim de fazer nada (e não tem também nada atrasado para fazer).
Todavia, é preciso ter em mente que a atividade a ser desenvolvida requer concentração na sua consecução, posto que o risco de vir a ter que fazê-la de novo é maior na mesma proporção em que se desrespeita a sua importância. Mesmo as atividades mais simples, como providenciar uma cópia reprográfica, por exemplo, requer concentração. Do contrário, o agente que desenvolve a tarefa pode pensar que isso é de somenos importância e entregar o material com falhas, gerando a necessidade de repetir a tarefa, gastando além do seu próprio tempo mais material e energia elétrica.
Isto posto, que fique bem clara a importância da regra de se fazer qualquer coisa, seja profissional ou não, “uma vez, bem feito e, aí sim, esquecer”.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Bancos ganham em janeiro novo endereço eletrônico


Uma boa nova.

BRASIL - Bancos ganham em janeiro novo endereço eletrônico

O "com.br" será substituído por "b.br", domínio criado para evitar fraude
Iniciativa é do Comitê Gestor da Internet e da Febraban, que visa dificultar furto de dados de usuários


ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO

Correntistas que usam a internet para fazer transações financeiras serão orientados, a partir de janeiro, a usar um novo endereço eletrônico para acessar a página dos seus bancos em todo o país.
Em vez do tradicional www.nomedobanco.com.br, os correntistas digitarão www.nomedobanco.b.br, ou seja, o "com.br" deverá ser trocado pelo "b.br".
A alteração nos endereços dos sites dos bancos visa criar o que os técnicos em informática chamam de "nova camada de segurança" para proteger os sistemas de transações financeiras on-line e combater o phishing (furto de dados pessoais pela internet).
A criação do domínio com o "b" é uma iniciativa entre o CGI.br (Comitê Gestor da Internet), que regula a internet no país, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Para usar um eletrônico com o domínio "b.br", a instituição financeira terá de comprovar sua atividade junto ao CGI e junto ao NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).
De acordo com levantamentos da Safernet, ONG que investiga crimes cibernético no Brasil, prejuízos causados por fraudes em páginas de instituições bancárias causam, todo ano, um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão.

UM EM CADA QUATRO
Atualmente, cerca de 25% das movimentações financeiras realizadas no Brasil são feitas por meio das páginas dos bancos na internet - um em cada quatro correntistas usa o "internet banking".
"A utilização do domínio "b.br" também tem como finalidade evitar que os sites dos bancos sejam clonados por quem comete crimes cibernéticos", disse Thiago Tavares, presidente da Safernet.
Hoje, explica Tavares, com a utilização do endereço tradicional "com.br", os bancos estão mais propensos a ter suas páginas copiadas e, quando o cliente digita o endereço, é desviado pelos cibercriminosos para uma página falsa na rede.
Os criminosos da internet conseguem fazer a clonagem quando adulteram o DNS (Domain Name System), o catálogo de sistema de nomes de domínios da internet.
Com a utilização do "b.br" , isso acabará, porque, assim que o correntista digitar o site do banco, o novo sistema de identificação validará e reconhecerá a autenticidade da página do banco antes que o usuário tenha acesso a ela.
Esse reconhecimento prévio faz parte do sistema DNSSEC, que criptografará as informações dos registros dos sites bancários, tornando a sua clonagem mais difícil.

PUBLICIDADE
Os grandes bancos do país já começaram a traçar suas estratégias para investir na publicidade para divulgar a alteração dos seus endereços eletrônicos na internet, o que deve começar em janeiro.
Segundo o delegado Carlos Sobral, chefe Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, os usuários devem aderir aos novos endereços dos bancos na internet porque não há custo e o benefício de proteção é imediato.
"Quem ganha com essa pequena mudança de digitação é o cliente do banco, que estará muito mais protegido ao fazer suas transações pela internet", disse o policial.