sábado, 31 de outubro de 2009

Professores em 2209 - Daqui duzentos anos ...


O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?

– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.

Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando alguns dirigentes colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos inimigos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.

– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...

(Autoria Desconhecida - Provavelmente um pobre e antigo ex-professor anônimo)

sábado, 24 de outubro de 2009

A Evolução do Ensino da Aritmética


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 Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas..
Leiam relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou  olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se
convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos  enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem  entender. Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do  ensino de matemática desde 1950, que
foi assim:


1. Ensino de  matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$  100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?


2. Ensino de matemática em 1970:
Um  lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o  lucro?


3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um  carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?


4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o  lucro:

( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00  ( )R$80,00 ( )R$100,00


5. Ensino de matemática em  2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo  de produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.

Está  certo?
( )SIM ( )  NÃO


6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um  carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00  ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00


7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um  carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
( )R$ 20,00  ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

 < E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos, e a professora é processada, pois provocou traumas na criança! >

terça-feira, 20 de outubro de 2009

POBRES ALUNOS POBRES




por Sandra Cavalcanti*

    Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio. Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15. Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados. Eram jovens de todas as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e bancários. Elas compunham um quadro muito equilibrado. Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena. As brancas também eram diferentes. Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas. Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.

    Todas estavam ali por mérito! O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nível de exigências. Na verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos. Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele! Essa estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum político, nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo autoritário.

    Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante. Eram os 50 anos da formatura delas! Lá estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovós, algumas aposentadas, outras ainda não. Lá estavam elas, muito felizes. Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras elegantérrimas, esguias e belas. Judias com aquele ruivo típico. E as nortistas, com seu jeito de índias. Na minha opinião, as mais bem conservadas.

    Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas raciais. Todas contra! Como experimentadas professoras, fizeram a análise certa. Estabelecer igualdade com base na cor da pele? A raiz do problema é bem outra. Onde é que já se viu isso? Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de primeiro e segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando esse absurdo. Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora. Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras. As cores, muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que todas as mulatas
são negras. Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem aconteceu. O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não há repressão religiosa. A Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza! Portanto, é inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele. Isso é  racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível...

    Perguntei: qual é o problema, então? É simples, mas é difícil. A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir a distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa dos impostos pagos por todos brasileiros, ricos e pobres. Os mais pobres estudam em escolas públicas, sempre tratadas como investimentos secundários, mal instaladas, mal equipadas, malcuidadas, com magistério mal pago e sem estímulos. Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistério público do ensino básico era bem considerado, respeitado e remunerado.

    Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a administração de Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores entregues ao tráfico e à corrupção, e com a visão equivocada de que um sistema de ensino depende de prédios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nível tão baixo. Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo educativo são os negros é uma farsa.
Não é verdade! Todos os pobres são prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os judeus pobres, os índios pobres! Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do País, não na cor da pele dos alunos. Tratem de investir de verdade no ensino público básico. Melhorar o nível do magistério. Retornar aos cursos normais. Acabar com  essa história de exigir diploma de curso de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles têm de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado. Não dá!

    Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é um barbaridade do ponto de vista constitucional, além de errar o alvo. Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condições
de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino público. Economizem os gastos em propaganda. Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais. Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas públicas de ensino básico. O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor, negro ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a igualdade.

    Os pobres precisam de igualdade de condições na largada. Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos de magistério! Com  elas, foi assim.

*Sandra Cavalcanti
  Professora e jornalista. Foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.


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domingo, 11 de outubro de 2009

Empresas espanholas veem Rio 2016 como grande oportunidade

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10.10.09 - 10:38

A escolha do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada de 2016 desagradou a muitos espanhóis que torciam por Madri. Mas não a todos.

Pelo menos 13 empresas espanholas já estão de olho na parte mais rentável da competição: preparar a infraestrutura exigida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Estradas, estrutura de transportes e telecomunicações, sistemas de segurança, reformas e construções das instalações olímpicas que deverão estar prontas em menos de sete anos.

"Sem dúvida, para as grandes empresas espanholas, a eleição do Rio foi melhor do que teria sido Madri", disse à BBC Brasil o Diretor do Serviço de Estudos da Bolsa de Valores de Madri, Domingo García.

"O Rio oferece mais oportunidades porque há muito mais para construir, e os empresários que já viam o Brasil como grande foco de negócios antes, agora com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos têm uma enorme via de investimentos", acrescentou.

'Vitória ou empate'

Analistas europeus acreditam que as empresas espanholas têm boas chances de sair na frente da concorrência internacional para conseguir contratos porque já estão estabelecidas no país.

A Espanha é o segundo maior investidor mundial no Brasil, atrás dos Estados Unidos, desde os anos 90. Em 1998, 2000 e 2007 chegou a ser o primeiro investidor, concentrando capital nos setores de energia, telecomunicações e financeiro.

"As empresas espanholas viram no Brasil um país em crescimento, com um potencial ilimitado muito antes dos Jogos Olímpicos. Esta relação vem amadurecendo há bastante tempo e deve dar um salto quantitativo agora", afirmou à BBC Brasil o Diretor de Análises para a América Latina da consultora Inverseguros, Alberto Roldán.

"Eu até apostaria que muitos empresários espanhóis comemoraram a eleição do Rio com champanhe. Porque para eles esta decisão Madri x Rio (eleição do COI) significava ou vitória ou empate."

Centenas de milhões de euros

Eu até apostaria que muitos empresários espanhóis comemoraram a eleição do Rio com champanhe. Porque para eles esta decisão Madri x Rio (eleição do COI) significava ou vitória ou empate.

Alberto Roldán, diretor de Análises para a América Latina da consultora Inverseguros

Apenas no capítulo de infraestrutura, todas as cifras de contratos (ainda em fase de licitação) superam as centenas de milhões euros.

Para a companhia espanhola de engenharia Amper, responsável pelos projetos de ampliação do metrô carioca, a escolha da sede olímpica foi "uma fantástica e esperada notícia", respondeu à BBC Brasil a assessoria de comunicação.

Os números da empresa no Brasil justificam o entusiasmo. Em 2008, o mercado brasileiro proporcionou 31,7% do lucro total da companhia.

Comparado com o metrô de Madri, o do Rio precisa de quase tudo. O da capital espanhola, que tem 6,5 milhões de habitantes, tem 12 linhas e 293 estações. A rede carioca possui duas linhas e 33 estações para sete milhões de habitantes.

Bancos e telecomunicações

Não foi à toa que a escolha do Rio como sede olímpica teve impacto positivo na Bolsa de Valores de Madri. Os valores das companhias com investimentos no Brasil dispararam logo após a eleição do COI.

Para ao menos sete grandes companhias espanholas, o mercado brasileiro já é a segunda fonte de lucro, superada apenas pelas matrizes.

Os maiores grupos, como o Banco Santander e a Telefônica, tiveram, respectivamente, 18% e 15% do lucro de 2008 provenientes das sucursais brasileiras.

Para a espanhola OHL, que desde 2007 é a maior concessionária estrangeira de rodovias no Brasil (administrando 2.078 km de estradas) os jogos de 2016 deixam o país "na linha de prioridades absolutas", como descreveu à BBC Brasil o Diretor Geral de Desenvolvimento de OHL Concessões, Sergio Merino.

"Não é uma questão de correr para tentar abarcar tudo, mas de segmentar e aproveitar as oportunidades de negócio. Nos últimos dois anos, 93% dos nossos investimentos foram para a América Latina, a maior parte para o mercado brasileiro."

"O momento agora é outro e ainda mais importante. A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão próximas e, se nos deixarem, queremos estar nesta corrida olímpica."

Segurança

Além do setor de infraestrutura os empresários também estão de olho na polêmica questão da segurança.

A Prosegur que lucrou 350 milhões de euros no Brasil em 2008 (17% do resultado global), duplicou os investimentos em 2009, espera multiplicar a atuação no mercado nacional durante a Olimpíada.

"Estes Jogos Olímpicos podem ajudar a reforçar nossa posição no Brasil. Gostaríamos de fazer parte do sistema de segurança dos Jogos, mas também temos a intenção de chegar para ficar", disse à BBC Brasil o Diretor de Operações, Carlos Valenciano.

Como espanhol, a decepção é inevitável porque Madri merecia ganhar. Mas para nós esta vitória sul-americana significa muito. É um sinal de um novo tempo, uma nova ordem e é bom para nossas empresas.

José Blanco, ministro do Fomento da Espanha

Já a companhia aérea Iberia, primeira do ranking mundial em número de voos e passageiros entre a América Latina e a Europa, espera quadruplicar em 2016 a cifra de clientes que viajaram ao Rio durante os Jogos Pan-Americanos de 2007 (500 mil passageiros).

A expectativa dos empresários espanhóis com a Olimpíada brasileira é tanta que até o governo reconheceu que foi bom negócio, apesar da derrota de Madri.

"Como espanhol, a decepção é inevitável porque Madri merecia ganhar. Mas para nós esta vitória sul-americana significa muito. É um sinal de um novo tempo, uma nova ordem e é bom para nossas empresas", disse o ministro do Fomento, José Blanco depois da eleição do COI.

"Desejamos sorte ao Rio e lhe parabenizamos. Espero estar lá para ver estes jogos. Mas uma coisa: antes vamos jogar a final da Copa e ganhar na casa deles. Vai ser outro maracanazo."


Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

REFLEXÃO DO DIA: Ensino no Brasil Século XXI


Olhe esta charge e leia o texto final. Muito interessante. Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável. "Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Marxistas, da linha Groucho – Coluna Carlos Brickmann

Coluna de domingo, 20 de setembro de 2009

Candidatos brasileiros não têm ideologia?
Mentira:
têm ideologia, sim.
Veja só, nas próximas eleições, quantos candidatos se definem ideologicamente:

Comunismo
– o Partidão, antigo PCB, hoje PPS, lança o ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury, quercista convertido ao marxismo, a deputado federal.

Socialismo
– Gabriel Chalita, ligado ao ex-governador e sempre candidato Geraldo Alckmin, sai pelo PSB para o Senado ou o Governo paulista, o que oferecerem antes.
Chalita juntou o Marx socialista ao Cristo católico da corrente Canção Nova.
Antigo tucano, virou amigo de infância de Lurian, filha de Lula, e deve apoiar Dilma contra Serra.
E Alckmin, secretário de Serra, de que lado fica?

Ecologia
– o PV, de Marina Silva e Gabeira, quer filiar o escritor Paulo Coelho.
Coelho sabe tudo de verde, especialmente com a foto de Benjamin Franklin.

Trabalhismo
– o PTB, que segue a doutrina trabalhista de Getúlio Vargas e João Goulart, tem novo candidato a deputado em Brasília:
o carnavalesco Joãozinho Trinta.
O comandante supremo do trabalhismo é hoje
Roberto Jefferson.

Qualquer-um-dismo
– O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, contratou Duda Mendonça, virou garoto-propaganda no intervalo do Jornal Nacional, conversou com Michel Temer e achou que seria candidato ao Governo paulista pelo PMDB.
Aí descobriu que quem manda no PMDB é Quércia e que lá não havia lugar para ele.
É um candidato à procura de uma legenda, seja com Lula,
seja com Serra.

É uma das eleições mais polarizadas do mundo,
em termos ideológicos.

Repicando

Conta-se que, no início da Guerra Fria, por volta de 1948, um jornal francês resolveu narrar a virada do Brasil para a esquerda.
O maior Estado, São Paulo, era dirigido pelo Partido Social Progressista, PSP;
o país, pelo Partido Social Democrático, PSD, com apoio do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB.
O PSD era o maior partido do país.
O repórter chegou e não entendeu nada.
Entrevistou o governador paulista Adhemar de Barros, fortemente conservador, cabeça do PSP.
Entendeu menos ainda.
Fez a pergunta direta:
"E a questão social?”

Resposta de Adhemar, referindo-se à primeira dama:
"Isto é com a Leonor”.

A nova esquerda

Chalita, o vereador mais votado de São Paulo, deve entrar no PSB com uma grande festa, no dia 29.
Gostaria de levar Alckmin, que sairia para governador, ele para senador.
Seria um golpe na candidatura de Serra à Presidência, por reduzir sua base de apoio em São Paulo e limitar sua capacidade de manobra.

Para Alckmin, seria uma novidade:
até hoje, só perdeu eleições pelo PSDB.

Marketing multinacional

O PT contratou, para a eleição do ano que vem, dois dos especialistas em campanha que trabalharam
para Barack Obama:
Ben Self e Scott Goodstein.
Sua especialidade: levantamento de fundos e distribuição de propaganda pela Internet.
Vão trabalhar junto ao coordenador-geral da Comunicação, João Santana.
Não há informações confiáveis sobre o custo da contratação, mas os dois cobram caro.
E, a julgar pelo relato de quem acompanhou seu trabalho no caso Obama, ambos valem o preço, por mais alto que seja.

Amigos ou inimigos?

O mundo gira e a Lusitana roda, dizia o anúncio tradicional.
E o ministro da Comunicação, Franklin Martins, acaba de ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio a pagar indenização de R$ 50 mil ao ex-presidente Collor, por tê-lo chamado, em 2005, de "corrupto, ladrão e chefe de quadrilha”.
O curioso é que hoje Collor e Franklin Martins integram o mesmo grupo político, que apóia Lula.
Quando inimigos viram amigos e esquecem de retirar os processos, como fica?

Perigo por perto

Depois de amanhã pode ser que a CPI da Petrobras, que até agora não deu em nada, finalmente provoque algum interesse: está marcado o depoimento de Wilson Santarosa, que cuida da Comunicação Institucional – ou, em linguagem mais simples, é quem distribui boa parte da propaganda da empresa.
Dependendo das perguntas, pode dar samba.
Dependendo das respostas, pode ser muito melhor.

A união faz o preço

Todos estão comemorando a compra do segundo frigorífico brasileiro, o Bertin, pelo JBS Friboi, o maior do país.
Juntos, ambos se transformam no maior processador de carnes do mundo, com forte presença no mercado americano; e na terceira empresa brasileira por faturamento
(atrás apenas de Petrobras e Vale).
O grupo detém marcas como
Faixa Azul, Vigor, Danúbio, Minuano, Swift.

E a concorrência?
Aí é outra história.
Quando formaram a multinacional brasileira de cervejas e refrigerantes, falou-se em redução de preços
(pois haveria redução de custos, com a unificação da distribuição, transferência da produção para fábricas mais modernas e mais bem localizadas, etc.).
Na prática, a sede da empresa já não está no Brasil, os dirigentes brasileiros moram na Europa, e este colunista não consegue recordar-se de quedas de preços.
O que a Economia ensina é que a concorrência derruba preços; sem concorrência, os preços não caem.
A união Friboi-Bertin é a segunda no setor.
Antes, uniram-se Perdigão e Sadia.




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